Foi um "até amanhã" longo, pronunciado com a certeza de que essa iria, também ela, ser uma looonnga noite. Ali estava eu num espaço relativamente familiar mas não naquelas circunstâncias - sozinha e à noite - 2 palavrinhas que faziam toda a diferença. Sentei-me na cadeira como que me autoconvencendo que o café previamente bebido teria mesmo que fazer o efeito pretendido. E ali esperei que o trabalho chegasse. Não durou muito tal pensamento. Entre meia dúzia de antibióticos e anti-inflamatórios estava tudo novamente naquele silêncio arrepiante. Um bocejo traiçoeiro relembrava-me mais uma vez que o meu lugar naquele dia e naquela hora seria decerto a minha santa terrinha - vale de lençois - e não propriamente ali!! Acendi o rádio à procura de companhia, alguém que também tivesse a trabalhar naquela noite escura e fria, algo que ofuscasse os inúmeros barulhos que inventamos e ampliamos em situações semelhantes. Movida a cafeína (bendita a alma que a isolou e descobriu tais efeitos!!) lá ía conseguindo desvendar prescrições (coisa complicada mesmo acabadinhos de acordar, quanto mais às 3 da manhã!!!), preparar antibióticos e fazer trocos. Quando a cafeína me começava a atraiçoar, lá se davam a descobrir os primeiros rasgos de luz. A noite estava a acabar e o primeiro serviço também. É certo que não preguei olho... mas uff!!! estava passado... e agora... venha a folga....;-)
Nota: Parece que o café veio das Arábias para a Europa em meados do século XVII... alguma coisa de bom que venha daqueles ares!!!