terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Simplesmente ser !



Hoje acordei e avistei-te.
Pousada na minha janela. Lá estavas.
Perto de tudo e longe de todos.
Ninguém te via. Apenas tu.
Por um dia gostava de sentir o que sentes. (Será que sentes?)
Apenas ver e não ser vista.
Poder gritar sem ser ouvida.
Absorver todas as sensações.
Apenas e só. Absorver.
Admirar, não simplesmente ver. Porque eu sei que muito vejo e pouco admiro.
Queria hoje encher-me de tudo. Saciar-me.
Saber admirar e consegui-lo.
Ser tu sendo eu. Ou não pensar se sou ou quem sou.
Simplesmente ser.
Alguém. Como tu.


Hoje, dia de Carnaval, vou mascarar-me de cor e tentar ser, simplesmente ser. Como tu.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Vale a pena pensar nisto...

Resultante das minhas leituras dos últimos dias proponho hoje duas reflexões aos membros da blogosfera. A primeira é um excerto d´"A Conspiração" de Dan Brown que é tão real como oportuna, numa altura em que a NASA se prepara para lançar a primeira sonda (New Horizons) para Plutão. A segunda reflexão foi publicada na "Notícias Magazine" do DN de hoje.

"Veríamos pioneiros a reclamar a posse da Lua e dos asteróides e a defender os seus interesses pela via da força (...) tomei conhecimento de petições por parte de companhias que queriam construir painéis de néon que piscassem anúncios no céu nocturno. Já vi propostas de hotéis e atracções turísticas no espaço cujas actividades implicariam ejectar o seu lixo no espaço e criar lixeiras em órbita. Com efeito (...) uma proposta de uma firma que pretendia transformar o espaço num mausoléu, colocando os defuntos em órbita. (...) ou um milionário que pretendia promover uma missão um asteróide próximo, arrastá-lo para mais perto da Terra e construir nele minas para extracção de minérios preciosos"


Estas ideias futuristas nunca tinha ouvido e confesso que isto me faz pensar um pouco. Ainda não direi assustar mas simplesmente reflectir... De que serve ao Homem conquistar a lua se mais dia menos dia poderá vir a perder a Terra? Pessimismos à parte (neste caso chamar-lhe-ia puro realismo...) refiro-me apenas a um pensamento, tal como estas ideias espaciais, futurista! Um dia destes a multidão de empresários a correr ao espaço não será composta por cientistas aeroespaciais, mas por Homens de bolsos bem recheados e cuja vida girará em volta de números (por sinal...astronómicos!!!).


A segunda proposta de reflexão do dia:

"Transformar em qualquer coisa de sobrenatural tudo o que sentimos, só porque a racionalidade assim obriga, faz do silêncio uma enorme enciclopédia de todas as verdades por dizer"

Autor: Sá , Eduardo Tema: Sentimento
Fonte: Notícias Magazine (DN)
Data: 2006.02.26


Vale a pena pensar nisto...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

" A Conspiração"

Finalmente um livro que me faz ler perdendo a noção do tempo e do que me rodeia, sentindo-me a tropeçar compulsivamente nas palavras que teimam em afastar-me do fim.

Como é que a ficção pode ser tão real ao ponto de nos agarrar, no verdadeir0 sentido da palavra, a um maço de folhas?
Dan Brown tem mesmo uma capacidade invulgar para produzir suspense...




Fica desde já a minha recomendação. Faltam as vossas ;o)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

(Im)pura ilusão...

Ilusão...basta 1 minuto para a criar, 2 minutos para a fazer crescer, em 3 minutos multiplicámos a ilusão e construimos um mundo à sua volta, vivemos nela de tão real que nos parece... em 4 minutos estamos completamete integrados na ilusão e nem deparamos com a sua verdadeira existência, nós somos a ilusão e a ilusão somos nós... assim permanecemos indefinidamente até.....

...vir um só segundo e tudo desfazer....


Ilusões é o que não falta por aqui, por ali, por onde menos se espera ela surge, ninguém a vê, instala-se e só se afirma qd está de partida... isto de finalmente acordar e olhar para a ilusão de ontem e o mundo de hoje dá muito que pensar... quererei eu ser iludida???

Enfim...

Iludam-se, desta vez com simples imagens, aqui podem criar um mundo em 5 minutos ou mais, não haverá (aparentemente) perigo de desmoronamento... ;o)




sábado, 18 de fevereiro de 2006

Quero estar mais 2 horas numa sala de espera...;o)

Já há muito que n estava 2 horas sentada numa sala de espera. 2 horas. Tempo suficiente para derrubarem duas torres na "cidade inatingível", para "o inafundável" navio pertencer ao passado ou simplesmente para vermos o filme da nossa vida. Digamos que é tempo suficiente para muito mudar. E eu ali. Sentada. A televisão estava incessantemente ligada a proclamar desgraças e números...6%, 4.2% numa rotina que já cansa e ninguém percebe. Duas senhoras punham a conversa em dia, " a máquina que avariou", " o neto que escorregou..." enfim, numa sala de espera de um consultório ouve-se, definitivamente, um pouco de tudo. Estava a ser bombardeada de estímulos auditivos por todas as direcções. Fechei-me como quem n quer ser estimulada. Deixei a televisão e as duas simpáticas senhoras e afundei-me em mim. Apanhei um avião, avistei campos, reconheci estradas e avenidas e até o rio Tejo, ao fundo, com um barco... 2...n, afinal 3..., vi bolas de algodão a flutuarem no ar, masquei uma gama (Aninha, já viste como aprendo depressa!!) para os ouvidos não se ressentirem. Dispensei o "engana-estômagos" gentilmente oferecido pela hospedeira preferindo passar os olhos por aquelas revistas tão pouco interessantes que põe à nossa disposição. Senti o arrepio da partida e o alívio da chegada.

Em 2 horas apanhei um comboio sem rumo (muito gosto eu de avançar sem destino). Vi o céu, agora cá da terra. Chamei núvens àquelas bolinhas de algodão. Atravessei estações e apeadeiros e até corei qd o revisor me exigiu o bilhete "mas onde é q eu pus o raio do papelucho?" Dp de ter uma carruagem inteira centrada em mim lá estava ele tão bem guardadinho que até me surpreendi. Pq é q eu penso que sou menos organizada do que realmente sou?

Em 2 horas viajei no ontem. Imaginei-me na 3ª classe, a fazer uma cópia de um "grande texto" (sim, pq aquelas cópias até que davam trabalho) e depois de a acabar, aquela satisfação de tarefa cumprida, restava apenas dar asas à imaginação ( a minha não voava muito alto, não senhora!) e colorir o resto da página. Rapidamente apareceu uma casinha e 2 paus castanhos com verde à volta a que resolvia chamar árvore ( hj sei que eram estruturas um pouco duvidosas para lhe atribuir esse nome...), um sol com dois olhos e sempre a sorrir (pq é q eu acho q os desenhos eram sp do mesmo género?! Pq nunca tive grandes dotes para rabiscos coloridos...). Acabado o desenho tocava a campainha. Era o fim de mais um dia de escola mas só então começava a parte melhor: um lanche merecido para alguém que se tinha "fartado de trabalhar" ( sim, pq aquela parte de escolher as cores da casinha, ainda gastava bastante energia...) temperado com os mimos da tia e a ver o "Dartacão e os 3 mosqueteiros" ou o "MacGyver".

Em 2 horas viajei por...
"D. Ana Sofia, gabinete 3, sff". Acordei como se de um sonho se tratasse e pensei "já?". Olhei de soslaio para o relógio. Tinham passado 2 horas. Para mim, sorri e pensei "tenho q viajar mais vezes!" :o)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Estejamos vivos, entao!

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que o simples acto de respirar.
Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.

by Pablo Neruda, "Morre lentamente"


Estejamos vivos, entao!


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Difícil de acreditar....

"O sr Bush assinou ontem...." Não, esqueçam porque n vou mesmo falar de política até porque quem me conhece relativamente bem sabe que é um tema de que fujo com todas as minhas forças por falta de paciência... ainda alguém me está para explicar como é que se fala tanto (porque os discursos são defacto recheados de metáforas com antíteses à mistura e a tempos diferentes, i.e., o que hj é verdade, amanhã pode não ser...) e nada se diz... enfim...

Hj atracamos por terras americanas mas noutra dimensão, algo de tão estúpido que deve ser mesmo verdade... O Stella Awards é um prémio atribuído anualmente aos casos mais bizarros de processos judiciais nos Estados Unidos. O prémio tem este nome em homenagem a Stella Liebeck, que derrubou o seu café quente no colo e processou, com sucesso, o McDonald's, recebendo quase 3 milhões de dólares de indemnização. Desde então, o Stella Awards existe publicando - e "premiando" - os casos de maior abuso do já caricato sistema judicial norte-americano.

Na última edição os vencedores foram:

5º. lugar (empatado): Kathleen Robertson, de Austin, Texas, recebeu 780.000,00 US$ de indemnização de uma loja de móveis, por ter fracturado o tornozelo ao tropeçar no seu próprio filho que corria solto pela dita loja.


5º. lugar (empatado): Terrence Dickinson, de Bristol, Pennsylvania, estava a sair pela garagem de uma casa que tinha acabado de roubar. Ele não conseguiu abrir a porta da garagem, porque a automação estava com defeito. Não conseguiu entrar de volta na casa porque a porta já se tinha fechado por dentro. A família estava de férias e o sr. Dickinson ficou trancado na garagem por oito dias, comendo camida de cão. Ele processou o proprietário da casa, alegando que a situação lhe causou profunda angústia mental. Recebeu 500.000,00 US$.



4º. lugar: Jerry Williams, de Little Rock, Arkansas, foi indemnizado com 14.500,00 US$, mais despesas médicas, depois de ter sido mordido pelo beagle do vizinho. O cachorro estava preso, do outro lado da cerca, mas ainda assim reagiu com violência quando o sr. Williams saltou a cerca e disparou repetidamente contra ele com uma pressão de ar.



3º. lugar: um restaurante na Filadélfia foi condenado a pagar 113.500,00 US$ a Amber Carson, de Lancaster, Pennsylvania, por ela ter escorregado e quebrado o cóccix. O chão estava molhado porque, segundos antes, a própria Amber Carson tinha atirado um copo de refrigerante contra o namorado, durante uma discussão.



2º. lugar: Kara Walton, de Claymont, Delaware, processou o proprietário de uma casa noturna por ter caído da janela da casa de banho, partindo os dois dentes da frente. Ela estava tentando escapar do bar sem pagar a despesa, no valor de... 3,50 US$. Recebeu 12.000,00 US$, mais despesas dentárias.



1o. lugar: O grande vencedor do ano foi o sr. Merv Grazinski, de Oklahoma City, Oklahoma. O sr. Grazinski tinha acabado de comprar um Crysler Motorhome Winnebago automático e regressava sozinho de um jogo de futebol. Na estrada, ele activou o control cruiser do carro para 100 km/h, abandonou o banco do motorista e foi para a traseira do veículo preparar um café. Como era de esperar, o veículo saiu da estrada, bateu e capotou. O sr. Grazinski processou a Crysler por não explicar no manual que o control cruiser não permitia que o motorista abandonasse o volante. O júri concedeu a indemnização de 1.750.000,00 US$, mais um novo Motorhome Winnebago. A construtora mudou todos os manuais de proprietário a partir deste processo.




Sirvam_se.... http://urbanlegends.about.com/library/bl_stella_awards.htm


Só mm na América....

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

A revolta do disco rígido

Disco rígido segundo os entendidos na matéria designa "dispositivos de estrutura fixa e rígida que permitem ler e armazenar mais informação a velocidades mais elevadas do que qualquer outro dispositivo de armazenamento".Assim acredito que o seja!!!! Nesta viagem de hoje vou ousar, não direi contrariar mas sim aumentar o seu campo semântico, quero com isto dizer que, indirectamente, a noção de disco rígido tem todas as razões para ser ampliada para a realidade humana. Se não vejamos... um estudante universitário tem, em média, 5 cadeiras semestrais (qd n 6 ou 7...). Se em cada cadeira o docente exige o conhecimento aprofundado, não limitado a sebentas ou acetatos claro está, nessa área, esse conhecimento seria (teoricamente, claro!!!) exponencialmente aumentado. Assim, às 500 páginas da sebenta-base teríamos que, segundo os respeitados docentes, acrescentar novas abordagens e conteúdos recentes da comunidade científica....(onde já vão as 500 pág...!!!!!). Se cada página contiver 9 ou 10 pontos-chave a reter e integrar futuramente (mais uma vez isto é, apenas, fácil de escrever!!!!), o número de pontos-chave já irá em 5000!! Tendo em conta que conhecimento puxa conhecimento e, qd se trata de doenças e bichinhos há sempre maneira de haver interacções por onde menos se espera, efeitos secundários, toxicidade e tratamento, cada ponto-chave esconde outros tantos... Retomando os números já iríamos em, pelo menos, 10000 pontos a reter, para 1 só cadeira em 3 ou 4 dias. Se considerarmos as tais 6 ou 7 cadeiras, digam lá se isto não é digno de atribuir mais uma característica à espécie humana: integrador de megainformação em microespaço de tempo, i.e., um autêntico disco rígido dos tempos modernos!!!!!

Aí está como me senti no último mês: um disco rígido vítima dos "programadores científicos" de uma faculdade deste país....

Bem-vindos a bordo ;o)














Sejam bem-vindos!! O comandante e a tripulação desejam-lhe uma óptima viagem... viagem essa que começa sem rota, o rumo será traçado dia a dia ao sabor das marés... para isso conto convosco.... instalem-se e desfrutem da paisagem ;)