sexta-feira, 29 de setembro de 2006


Olho lá para fora, para as janelas que abri. As portadas são grandes, a paisagem olha para mim e eu para ela, como se trocassemos cumprimentos. Concentro-me. Espero ver o verde das folhas reflectindo o brilho do sol, ouvir a harmoniosa melodia dos pássaros passageiros num corropio constante e deixar-me envolver por essa concertada dança. Mas não. Para mim vestiu as folhas de castanho a combinar com os troncos das imponentes árvores e colocou o chapéu cinza, num tom tão escuro que esconde a luz do sol. Mas eu ainda há pouco o vi?!! Já não ouço o bater das asas nem o canto do canário. Julgava eu ter visto. Afinal não foram as cortinas que ofuscaram, os vidros que mascararam ou as folhas que taparam. Tudo estava ali, nu e cru. E continua a estar. A paisagem é a mesma, os olhos é que não.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Pormenores


Há pormenores que fazem toda a diferença.

Alguns para melhor, outros nem por isso...



terça-feira, 26 de setembro de 2006

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Nada do que é verdadeiramente importante se perde...


"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre".


Miguel Sousa Tavares

segunda-feira, 18 de setembro de 2006


Quando se fecha uma porta, abre-se um par de janelas...

e assim te vi, através delas...:o)

E assim foi...


Aventura. Loucura. Sacríficio. Amizade. Força. União. Esforço. Realização. Chegada. Vitória. Hoje, afastada no tempo e no espaço daqueles seis dias intensos, estafantes, reconfortantes encontro cada vez mais palavras para tudo descrever. Dias que foram um pouco de todas aquelas palavrinhas que atrás escrevi e sei estarem incompletas. Porque o que hoje escrevo não tem nem um pouco da força e impacto que teve por aqueles dias. Lá tudo é intenso. Tudo gira em torno de um objectivo que se aproxima a cada passo. Um objectivo que começa longe, bem longe, parece impossível de atingir. Cada dia que passa achamos impossível conseguir dar mais de nós. As pernas fraquejam, o cansaço acena, os ombros afirmam-se, os joelhos não aguentam nem mais uma descida. Nem subida. Nem recta, nem nada. Parece que atingimos o limite. Parecia. Ali, acima de tudo, mais do que nos cansarmos, aprendemos. Percebemos que tudo conseguimos, com esforço, sacrifício, dedicação, luta, dia após dia, não sabemos como, nem porquê, nem com que força, mas vamos continuando, sempre, movidos por uma qualquer motivação íntrinsecamente escondida. Mas vamos. E fomos. E lutámos. E apoiámo-nos. O que seria de nós sem as nossas canções matinais, entre algures e nenhures, antes de qualquer raio de sol se manifestar, sem as nossas histórias, sem os sorrisos, as gargalhadas, as lágrimas, as dores. Tudo faz parte. Tudo fez parte. E hoje já foi. O cansaço já não me ofusca os dias, já não mascara o convívio, as conversas e o apoio. As pernas estão recuperadas, o joelho já não reivindica descanso, o sono está restabelecido. Aparentemente retomei a minha vida normal. Entretanto descobre-se um outro sentimento que mistura um pouco de tudo, do bom e do mau, da força e da recaída, da loucura e da vontade...As saudades de olhar em redor à procura de uma concha ou de uma seta amarela que indique a direcção da próxima sequência de passos. Saudades de tudo, de todos. Dos dias passados mais depressa do que poderemos imaginar, embalados por passos, muitos, curtos, longos, empurrados, segundo após segundo, por uma força que ao primeiro dia já parecia não existir. E existiu. Até ao último. :o)


NOTA: A foto foi tirada pela nossa querida fotógrafa de serviço que merece toda a publicidade ao seu trabalho... obrigado Aninha :o)