domingo, 30 de julho de 2006

Até parece que aprende...


Porque é que o coração não consegue ser educado?
Não dá para perceber...
Espreita por todo o lado, quando encontra vê o invisível, escuta o inaudível, esgravata tudo e pensa que descobre, procura mais, e até se esconde quando o procuram... vê gargalhadas em simples sorrisos, cria complexas teorias em simples factos, brota razões sabe-se lá de onde que nem a razão convencem. A ela não mas a nós sim...Conversa connosco e parece que nos convence. Perdão, convence-nos... Avançamos, amparados, distraídos, tudo gira à nossa volta, e nós à volta dele...as borboletas invadem-nos, fazem aquela comichãozinha saborosa no estômago, é primavera no inverno e sonha-se a meio do dia... De tão bem que parecemos avançar, tropeçamos, os dois... foi a ilusão que empurrou, quase sempre assim é...criou-nos robustos castelos em terrenos arenosos... E depois? E depois da queda? Levantamo-nos? Amparamo-nos? Sim, mas nós levantamo-nos primeiro, o coração depois... Dizemos que já passou e ele diz que não... Damos-lhe razão, até um dia em que o mestre Tempo lhe volta a ensinar tudo do início, tim tim por tim tim... desde o verbo sorrir, conter, esconder, mostrar, acalmar, respeitar,até ao respeitoso e díficil amar... Até parece que aprende. Até parece que aprendeu...

Embrace - Nature's Law

Estes senhores têm-me acompanhado nos últimos tempos para todo o lado...
Aqui fica, para partilha, uma das músicas do cd "This New Day"...



I tried to fight the feeling, a feeling took me down
I struggled and I lost the day you knocked me out

Now everything's got meaning, and meanings bring me down
I'm watching as a screening of my life plays out.

Everyday I fight these feelings
For your sake I will hide the real thing
You can run all your life, all mine I will chase

You should never fight your feelings
When your very bones believe them
You should never fight your feelings
You have to follow nature's law

I'll live with never knowing, if knowing's gonna change
Or stop a feeling growing I will stay away

Like a broken record stuck before a song
A million beginnings none of them the one

Everyday I fight these feelings
For your sake I will hide the real thing
You can run all your life, all mine I will chase

You should never fight your feelings
When your very bones believe them
You should never fight your feelings
You have to follow nature's law

I wrote her letters and tried to send them
In a bottle I place my hope
An SOS full of good intentions sinking
Will you give it to me, don't make me wait
You built me up, knocked me down
But I will stand my ground
And guard this light that I've found

You should never fight your feelings
When your very bones believe them
If you let them show, you'll keep them
I know your hurt but soon you'll rise again, again, again….

You should never fight your feelings
When your very bones believe them
You should never fight your feelings
You have to follow nature's law.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Flashes precisam-se....

O calor sufocava enquanto o vento despenteava o mar, a areia e os cabelos. O sol aquecia, e muito. Aquecia-me. Mas à velocidade que ía, só o vento se fazia sentir, mesmo assim não me conseguindo deter. Fui obrigada a parar. Parei como se o "eu" me exigisse atenção. Aquele estado de pseudo-hibernação nas letras dominava-me, mais uma vez. É um estado de embriaguez... nas letras, nas linhas, por beber compulsivamente, de um só trago, 3 ou 4 capítulos. É como se naqueles minutos eu estivesse apenas ali mas sim lá longe, em Praga, a viver a história de Tomas ou de Sabina. Olho em volta. Afinal não. Fui acordada e quando dei por mim estava mesmo cá. Ao fundo, uma vela serenamente empurrada pelo vento num compasso perfeito percorria o seu caminho. Definitivamente não estava em Praga. Tinha sido acordada por um sinal de WARNING que se acendeu, a vermelho bem vistoso, naquela parte do cérebro que não estava "embriagada". ÍNICIO DE AUTO-DESTILAçÃO EM MENOS DE 1 MINUTO... E ao longe via uma contagem decrescente naquilo que pareciam segundos: 59, 58, 57..... era-me exigido que o contrariasse. E a contagem continuava. 53, 52.... Eu tenho que ir, estou a suar. Mas enquanto decrescia a contagem dos segundos, aumentava a contagem de um estado de acomodação, inércia, fraqueza, falta de iniciativa. Bem, chamando as coisas pelos nomes, era mesmo isso preguiça... enterrava os pés ainda mais na areia. A contagem continuava...44,43,42... Vou-me levantar. Recrutei todos os musculos, mobilizei energias, e pensei...tenho que me levantar... Mas nada. Não fui obedecida, continuava inerte numa toalha, ao pé de muitas outras. Eu vou-me levantar, tem que ser....Quando estava quase decidida avisto uma criança ao fundo que toca com o dedinho proporcional ao seu tamanho na água e solta um "Está fria!! Mãe, está tão fria!!!!!" agora é que não me consigo levantar, a força gravítica parecia impor a sua teimosia na areia, não querendo ser contrariada e, sem qualquer hesitação, mostrava a sua força directamente contra mim...39,38,37... olhei em volta e parecia que todos me entendiam e partilhavam aquele meu estado preguiçoso... afinal parece que a preguiça é mesmo contagiante...avisto nada mais nada menos que "criaturas" (sim, de facto não é uma expressão muito agradável, mas a verdade é que estavam todos pregados à toalha, com o sol a bater, a torrar, a sufocar e parece que até estavam a gostar...), naquele momento eu era, definitivamente, uma daquelas criaturas... 23,22,21... . Como num daqueles flashes luminosos que, pelos vistos o calor me activou...19,18,17... vi-me vermelha que nem um tomate maduro, bem vermelho, vermelhasco, vermelhão, ou uma lagosta, a proclamar "ai ai" por todos os lados, "não me toques que me doi" com uma bisnaga de "Fenistil" numa mão e um leque refrescante na outra....9,8,7... ía eu nestas maleitas quando ouço um 5,4,3.. e um "Sofia, vai um mergulho?"... Sem hesitações, contrariando toda e qualquer força gravítica, levantei-me e segui.... o frio, esperava-me... passei de criatura a um ser um pouco mais evoluído que isso, porque não há mesmo protector que resista a estes abusos desmedidos que se veem por aí...

Flashes anti-criaturas precisam-se... e rápido!!!

terça-feira, 18 de julho de 2006

E pronto...:o)


No dia em que se sabe a última nota da última cadeira de um loooooooooongo curso, só me podia sentir assim...


e assim é.....................:o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) :o) !!!!!!!!


sexta-feira, 14 de julho de 2006



Vou para outras paragens por uns dias...

Beijinho grande para todos e.... refresquem-se!!!!! :o)

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Pouca sorte... (ou talento)!

Entrava eu um dia destes num conceituado espaço recém aberto da capital quando me deparo com a seguinte frase....

Ter talento não é sorte. A sorte é que exige talento...

De facto é uma frase muito bonita e fica muito bem numa parede branca, tal como ela está... quem entra depara logo com ela, a perseguir-nos (ou não) a dita sorte, empurrada pelo tal talento até à zona das apostas...Engraçado, porque dado o espaço em questão , pensaria que seria mesmo necessário, simplesmente, 99,99% de sorte e o restante, sim, de talento...E, mesmo assim, fiquei a pensar que talento poderá ser necessário para adivinhar qual a máquina que vai ter a combinação de bonecos, carrinhos ou frutas iguais (estão lá os objectos praticamente todos muito bem representados) ou qual o momento exacto para carregar no dito botão que pisca e pisca à espera que a dita sorte (ou será talento?!) o prima... Enfim... depois de tanta concentração e contas aos cêntimos gastos lá carregámos, com determinação, no dito botão...e, de facto, lá sairam uns quantos símbolos numa mesma linha, todos muito engraçados, mas, de iguais não tinham mesmo nada... Nem o dito Joker nos safou... falta de talento, possivelmente...:s

Se assim for, marisa, nenê e inês, de talentosas não temos mesmo nada... :p

Enfim... e lá se foi mais um eurito...

Pouca sorte!!!! :p

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Acordes da vida...


Porque é que uma música pode dizer TANTO ou tão pouco ??? Ou, mesmo não sendo a música, a simples estrofe, o acorde ou a sonoridade...

Porque é que há acordes que nos lembram pautas inteiras, carregadas de um P de Passado que ali ficou preso e dali mais não sai? Ou retalhos de um futuro que avistamos sem o ver, que sentimos sem o saber ou pintamos sem cores ter... ? São estrofes, meia dúzia de palavras, que carregam o peso do momento, da pessoa, do odor, da voz, da frase, do gesto, da cor, do dia, do local... transbordam o tanto que têm, ou o tão pouco que não têm, ali... Naquele som...
E ninguém o tira, ninguém o alivia...ninguém desfaz aquele nó, aquela corda apertada que segura a nota, o acorde, a melodia e o momento...Ninguém...

Ninguém mesmo??!!

sábado, 1 de julho de 2006

Uff...

Depois de um mês recheado de livros, folhas e sebentas, apontamentos rascunhados, noites mal dormidas e longos dias de "retiro"... i´m back... estou de volta à escrita, aos desabafos, às tolarias ou tudo o que quiserem chamar a um pequeno espaço onde me vou expondo, conhecendo e dando a conhecer... Os comentários dos posts anteriores já foram actualizados e a escrita falou, mais uma vez, mais alto... aqui vai mais um, escrito nos primeiros momentos de descanso...

Tenho saudades dos meus momentos, por estes dias afastados... preciso de estar comigo. De acordar às horas que me apetecer, de ouvir uma grande música, cantarolar a letra e soltar o refrão. De ler o jornal, do fim para o príncipio. Sair de casa, sem rumo. Entrar numa livraria e ficar uma hora a ler capas e contra-capas. Passar pelo jardim e ver um renhido jogo de "bisca" ou meia dúzia de crianças suando atrás de uma bola...Saudades de dar comigo a rir sozinha sem razão aparentemente lógica ou aceitável...Saudades de escrever, não sei o quê, nem para quem mas escrever, rascunhar, marcar no papel o que aquele momento, naquele tempo, naquele espaço selou...Entrar num café, pedir um gelado carregadinho de chocolate e, simplesmente, esquecer o mal que aquilo possa fazer... sentar-me e ver o movimento daquele espaço. Olhar para as pessoas, embrulhadas nas suas vidas, numa correria, num entra e sai constante, tantas vezes contagiante... E sentir-me ali, parada, imóvel, adocicada mas rodeada pelo extasiante movimento envolvente, como uma árvore centenária num dia de temporal... Olhar para alguém e, em meia dúzia de minutos, dar lenha à imaginação e deixá-la "em combustão"... nesses minutos dei um nome àquele alguém, dei-lhe um trabalho, uma casa, uma família, uma maneira de ser, parecida com tantas outras mas só igual a si própria, imaginei de onde vinha e para onde ía, imaginei que também teria problemas, como todos...pensei que como pessoa que é também teria momentos de desespero, solidão, apatia, alegria, também teria dias de fugir e dias para recordar... entretanto o relógio acorda-me e evita que me perca em tanta imaginação, já a tocar o irrealismo... Saio do café. Encaminho o meu passo para o rio. Tenho saudades de me sentar na relva e admirar tudo à volta, desafogar o olhar, e encher-me de verde, amarelo, rosa, azul, laranja... respirar fundo. E voltar a respirar. Outra vez. E outra.

Que saudades...